quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Britney Abre O Zíper (Matéria da revista CAPRICHO, edição n° 923, do dia 23/10/03

Na única entrevista a uma revista brasileira, Britney Spears, 21 anos, fala de seu novo estilo, ultra-sexy, do beijo na boca que deu em Madonna e do disco recém-gravado que deve chegar às lojas do mundo todo em novembro:

“Estou um pouco nervosa com a expectativa dos fãs”

Britney Spears está furiosa. O recado está no título do seu próximo disco, Outrageous, que chega às lojas do mundo todo no final de novembro. A palavra significa sentir muita raiva, chocada, moralmente abalada. O disco, pelo que parece, é o contra-ataque de Britney por tudo o que ela passou nos últimos tempos. Antes de se trancar num estúdio para gravar seu novo CD, o quarto de sua carreia, ela decidiu tirar um tempo de folga, sumir um pouco da mira dos fotógrafos, jornalistas e fãs. As férias, porém, não foram tranquilas como ela planejava – nesse período, Britney viu seu restaurante em Nova York, o Nyla, fechar por falta de público e sob acusação de ter causado intoxicação alimentar. Pior, viu seu ex, Justin Timberlake, lançar um clipe, Cry Me A River, acusando-a publicamente de tê-lo traído. Para piorar mais ainda, Justin resolveu dar entrevistas a uma rádio falando da vida sexual do casal, abrindo o jogo sobre a não-virgindade de Britney.

Agora é a vez de Britney. Para aquecer as coisas até o CD chegar às lojas, ela primeiro participou do Vídeo Music Awards, da MTV, dando um beijo na boca de ninguém menos que Madonna. Depois, pousou para a revista Rolling Stone usando apenas um shortinho minúsculo, como já havia feito na Elle inglesa (veja na pág. 20). As novas músicas esbanjam sensualidade e vêm recheadas de sussurros da cantora e frases como “Oh, não pare, estou quase chegando lá”, “abra meu zíper, por favor” e “estou no limite da obscenidade”.

Foi com uma dessas cartas na mesa que Britney recebeu a CAPRICHO. Ela chegou à suíte do hotel cinco estrelas Trump Tower, no último dia 8, em Nova York, bem comportada ara uma garota que está no olho do furacão. Usava blusa de malha buclê cinza-escuro com gola canoa, saia preta e botas de cano alto tmbém pretas. No pulso, um bracelete e prata com uma letrona B balançante, presente de Madonna. No começo, foi bastante seca, com aquele ar de “daria tudo para não estar aqui”. Ao tirar um pirulito gigante da bolsa, tudo mudou. Começou a rir mais, ser mais simpática e a responder algumas perguntas que estavam “proibidas” na entrevista. Apenas uma coisa feia: Britney deixou cair um pedaço do pirulito no chão – e, sem cerimônia, abaixou, pegou e colocou-o de volta a boca. Britney Spears, definitivamente o zíper.

CAPRICHO Seu novo álbum pareceu bem eletrônico. Como o descreveria?

Britney Acho que é um CD dançante que nos leva a diferentes jornadas. Tive bastante sorte de poder tirar um tempo e trabalhar com as pessoas que eu queria e que são legais. Mas acho que, no geral, é um álbum de humores variados. Você começa ouvindo uma canção muito positiva e, de repente, nem outra bastante sensual, aquela do tipo que você quer ouvir juntinho do seu namorado.

Alguma canção é mais pessoal, toca em aspectos de sua vida?

Não. Eu apenas queria que o disco fosse bom e divertido.

A canção Outrageous fala sobre situações malucas e corajosas que uma garota pode experimentar. Qual foi sua experiência mais extrema?

Já fiz muita coisa maluca. Nunca pulei de um avião [risos]. Ah, eu já fiz bungee jump, o que considero maluquice. E já dirigi um carro de corrida, o que também é bem escandaloso.

Seus fãs esperam muito deste novo álbum. Como você está lidando com a pressão desta expectativa?

Bem, estou um pouco nervosa por que fiz minha primeira performance há duas semanas – e estava sem pisar num palco havia mais de um ano! Isso me deixou nervosa. A expectativa dos fãs também me deixa um pouco nervosa [risos]. Mas o CD é cheio de luz, muito legal.

A apresentação foi no VMA, no qual você cantou Like a Virgin e recebeu um beijo de língua de Madonna. Quem teve a ideia?

A Madonna.

E você esperava tanta repercussão?

Na verdade, não. Depois de me apresentar em Nova York naquela noite, fui para Londres e, quando cheguei por lá, estava na primeira página de todos os jornais [risos]. Minha reação foi tipo: “Gente, alôôôôôô, o que é que tem de errado??

E como foi cantar com Madonna? Ela é um grande ídolo seu, não?

Foi a coisa mais legal da minha carreira, ou até da minha vida. Venero a Madonna desde pequena, e o fato de ela ter me convidado para cantar, num vestido de noiva aberrativo, vai ser algo que jamais esquecerei.

Uma vez você disse que queria ser vista como uma mulher e não mais como uma garota...

[Interrompendo] Não acho que fiz essa afirmação. O que queria dizer, seja qual for a frase correta, é que quero ganhar o respeito que mereço. E, para se sincera, considero-me ainda uma adolescente.

Um grupo de professores em Londres parece não respeitá-la. Eles reclamam que popstars como Kylie Minogue e você, que têm uma sexualidade exacerbada no palco, podem servir de mau exemplo para as crianças. O que acha disso?

Bem, essa é a opinião deles. A minha não muda: acho que é bom para uma criança sonhar. Tudo o que podemos fazer hoje em dia é sonhar, certo? Não podemos ficar vivendo numa jaula, numa caixa. Sinto muito pelas crianças que são proibidas de ver tevê pelos pais. São essas crianças que irão para o colegial e se tornarão drogadas, pois elas foram privadas de informação a vida inteira. Quanto à minha atitude sexual em cima de um palco ou na capa de revistas, é, na minha opinião, como participar do Halloween. É tudo uma festa à fantasia.

Ok, outra reclamona: Avril Lavigne. Andou fazendo comentários cínicos sobre você...

Quem?

Avril Lavigne.

B Na verdade, eu não a conheço, então pouco me importa o que ela diz. Mas a música que ela faz é ótima. O que sei é que nesta vida nem todos vão gostar de você.

Quais os CDs que anda ouvindo?

O novo do Black Eyed Peas e também o do Robin Thicke, que é muito legal. Ele faz você viajar.

Quem da música pop atual você admira?

Adoro a Shakira, acho ela o máximo. O novo álbum da Christina Aguilera é incrível e eu a amo. E gosto do novo álbum da Avril Lavigne [risos].

Por falar em Aguilera, ela andou sendo malhada em relação ao peso.

O que há de errado com ela?

Disseram que ela estava muito rechonchuda.

Isto é triste, Ela tem uma ótima aparência. A imprensa sempre tem que dizer alguma coisa. O engraçado é que criticam por eu usar o cabelo tão arrumadinho. Dizem: “ Ah, ela quer ser perfeita, isso é uma mensagem correta para nossas crianças?” Aí se ganho cinco quilos, vão mudar de assunto e me colocar na revista como uma balofa. Ou seja, não tem como ganhar nunca. E já que não posso ganhar, cara, então faço o que me faz feliz.

Uma das faixas mais dançantes de seu CD é Toxic Guy [cara tóxico, em português]. Deixa eu entender: esse tipo de cara é bom ou ruim?

O “toxic guy” é descolado. É o cara que nunca acha nada suficiente para ele, que nem sempre é politicamente correto, que não é o melhor amigo de todos e que gosta de ouvir a própria voz o tempo todo. É desses caras que eu gosto.

Algum “toxic guy” na sua vida agora?

Não, nem vamos entrar nesse assunto, pois não estou indo muito bem nesse departamento.

Qual é sua dica para um primeiro encontro?

Ah, ficar bem pertinho o tempo todo. Não, não, pertinho, não. Não diz que eu falei isso [risos]. Vá ao cinema, coma um saco de pipoca e jogue pipoca na boca do outro, como se fosse um jogo.

Você tem sonhos de casar, levar uma vida normal?

Claro! Mas talvez isso aconteça quando eu chegar aos 30. Espero! Talvez eu me case, tenha três filhos, uma linda casa e muito tempo para mim. Mas, na verdade, acho que não vou ter não. [risos]. Amo muito o que faço e é difícil pensar em parar algum dia.

Você é uma cantora muito bem paga. Qual foi sua maior extravagância ao receber seu primeiro cheque?

Meu carro, com certeza. E também uma casa em Los Angeles, que eu acabei de vender a Brittany Murphy [a atriz de Recém-Casados].

Você ainda tem o carro?

Claro. É uma Mercedes 500 branca e conversível [ela suspira]!

Todos têm opinião sobre você. Qual é a imagem mais errada?

Tem tanta coisa. Muita gente pensa que meu estilo de vida é glamuroso. E não é mesmo! É claro que tem dias que estou com um cabelo legal, com a maquiagem em cima, mas no meu dia-a-dia pareço mais um participante do programa Survivor.

Você tem planos de passar pelo Brasil com sua turnê?

Até o momento, não sei onde cantarei. Boa parte da turnê será nos Estado Unidos e só mais tarde poderei dizer com certeza que países visitarei. Mas quero ir, adoro o jeito como as brasileiras se vestem.

Pesquisa: Gabriel B.

Obs.: A revista foi emprestada pela bibliotecária da minha escola. (Profª. Rosimeri).

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